Nessa segunda feira (24/11), se deu início à 47ª edição da Casa de Criadores, principal evento para a moda autoral nacional. Abaixo, você confere os principais destaques das apresentações 100% do evento.
DENDEZEIRO
Em Transatlântico, a Dendezeiro referencia a diáspora do povo preto e o transporte de pessoas negras da África para o Brasil, que trouxeram junto consigo suas tradições, culturas, crenças e costumes, que perduraram até hoje na base da luta e da resistência do povo preto.
A coleção renova algumas peças e códigos da marca, que já estavam prometidas como uma das marcas mais efervescentes do cenário nacional. A maior parte das peças traz combinações e modelagens versáteis, com referências ao streetwear. Nas cores, a coleção viajando pelos tons terrosos mas passa longe de um minimalismo insípido, tendo muita personalidade em suas criações que referenciam a temática da coleção e já estão disponíveis no site da marca.
TRASH REAL OFICIAL
Em TRANSMUTTA, a TRASH realiza uma viagem em torno do tema da transmutação, incorporando dispositivos, códigos religiosos, rituais e brasilidades em um ode às corpas trans e travestis que nada contra a corrente em um universo decolonial.
A coleção é construída coletivamente com pensadoras e pesquisadoras trans e travestis com destaque para Ventura Profana, que protagoniza a apresentação e o coletivo estético As Talavistas. As peças da Trash são criadas a partir de técnicas de upcycling, transfigurando e transmutando matérias primas e resíduos têxteis em novas peças que reconfiguram padrões nas cores e formatos. Para a marca “As roupas são como dispositivos feitos por travestis para viver o cotidiano e nossos rituais do dia-a-dia. São roupas que vestem corpas desviantes fora dos padrões coloniais, que se transfiguram, que passam de um estado ou condição a outro; desconvertem(-se) e transformam(-se).”
PERIFERIA INVENTANDO MODA
X BRAND
Integrando a apresentação da Periferia Inventando Moda (PIM), a X Brand cria a coleção ORA YE YE Ô, inspirada em Oxum, o que se traduz em peças trabalhadas em búzios e referências identitárias da apresentação.
A coleção traz narrativas religiosas mas busca, acima de tudo, reverberar as potencialidades da cultura de matriz africana. Temos mulheres trans e travestis sendo representadas, assim como as mulheres de idade madura e mulheres pretas faveladas podem se identificar, cada uma dentro do seu contexto carrega sobre si a resistência e o empoderamento que é preciso adquirir durante sua trajetória.